Durante nossas vivencias artísticas fora da Bahia nos defrontamos com outra Bahia que não conhecíamos. Para quem cresceu com carurus, abadás e perfumes dos dendês nas esquinas der Salvador foi difícil compreender tudo como metáfora folclórica ou simplesmente piada. Não compreendíamos a não compreensão de nossa cultura, talvez pela distância que afasta muitos deste colossal Brasil, ou pela simples ignorância da nossa diversidade.
O teatro da Cia de Risos foi sempre marcado pela discussão da opressão comportamental, somos porta-voz de diferentes formas de atitudes que colocam algumas minorias em desvantagens perante outras. Essa tem sido sempre nossa filosofia: manifestar com arte a opressão da discriminação. Nos firmamos em tirar da risada o caminho para o pensamento reflexivo e conseqüentemente construtivo. Ao longo destes 11 anos de trabalhos ininterruptos, fomos criticado, ignorados mas também compreendidos e absorvidos, fomos agentes transformadores de muitas cabeças cujas falas e depoimentos nos fizeram ganhar confiança e aumentar nossa certeza e estimas artísticas e filosóficas.
Nosso ultimo trabalho - Pretas Por Ter - foi criado para um ano de temporada e hoje completa 11 anos de estrada. Com quase dois milhões de espectadores, o projeto foi bem absorvido por discutir discriminação racial de forma bem humorada.
“Baianidade Baiana” surge da necessidade de amplificação deste ideal em tornar as palavras inquietude e nossa cultura firmamento absoluto desta ampla diversidade baiana e brasileira. Aos poucos fomos percebendo que o espetáculo era a resposta que podíamos dar às piadas que aprendemos a ouvir sobre nossa baianidade e sobretudo ao nordestino. O nativismo de nosso povo impulsionou a linha narrativa do espetáculo. O nordestino conhece, valoriza e consome sua cultura e através de personagens comuns, fomos tecendo o enredo de “Baianidade Baiana”, que tem a proposta de ser conduzido por dois personagens tipicamente baianos e através deles, contar brincando a nossa saga e colaborar para a mudança de percepção de quem acredita que baiano só é homem até meio dia...
Fonte: Correio Nagô
Fonte: Correio Nagô
INFORMAÇÕES GERAIS:
- Centro de Cultura João Gilberto.
- 21,22 e 23 de Setembro (Sexta, Sábado e Domingo) - 20h.
- Informações: Miranda Produções
Nenhum comentário:
Postar um comentário