terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Davos se prepara para receber o Fórum Econômico Mundial


A 41ª edição do Fórum Econômico Mundial (WEF) começa nesta quarta-feira (26) em Davos, na Suíça, com foco absoluto na necessidade de estabilização da economia global, abalada por graves sequelas da crise, como o endividamento público dos países da Eurozona e a chamada guerra cambial.

A nova ordem mundial que se desenha com com a consolidação econômica dos países emergentes do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) é outro grande eixo da reunião de cinco dias da elite política e empresarial, na seleta estação de esqui dos Alpes suíços.

O encontro será aberto sem a presença do presidente russo, Dmitri Medvedev, um dos principais convidados desta edição, que adiou sua ida à Suíça devido ao violento atentado de segunda-feira no principal aeroporto de Moscou. Ainda não se sabe se Medvedev discursará no WEF.

O presidente francês Nicolas Sarkozy, a chanceler alemã Angela Merkel, o primeiro-ministro britânico David Cameron e os chefes de Estado do México e da Colômbia, respectivamente Felipe Calderón e Juan Manuel Santos, já confirmaram presença.

O Brasil, um dos países mais representados nos últimos anos, enviará uma delegação encabeçada pelo novo ministro das Relações Exteriores Antonio de Aguiar Patriota. A presidente Dilma Rousseff, entretanto, não viajará à Suíça.


Problemas complexos
Davos celebra sua 41º edição num momento em que a economia mundial parece desorientada por complexos problemas, decorrentes da pior crise desde o pós-guerra e das mudanças ocasionadas pelo surgimento de novas potências.

"Temos no mundo uma situação na qual o sistema político e as instituições estão simplesmente desbordadas pela complexidade que precisam enfrentar", o que representa uma ameaça real de "esgotamento", explicou recentemente o fundador e presidente do WEF, Klaus Schwab.

Três problemas se destacam: a crise já permanente da dívida pública na Eurozona; a guerra cambial para proteger o crescimento e as exportações nacionais em detrimento dos outros; e os conflitos sociais produzidos pelos ajustes aplicados pelos governos e pelo desemprego em alta.

A presença de Merkel, de vários ministros das Finanças europeus, do ministro do Comércio chinês Chen Deming, do secretário americano do Tesouro, Timothy Geithner e do chanceler brasileiro promete interessantes debates sobre estes temas.

Para a América Latina, a principal preocupação é a "guerra cambial", centrada na baixa cotação do iuane chinês, combatida pelos Estados Unidos com uma depreciação do dólar que termina afetando as balanças comerciais Norte-Sul.

Esta situação gerou uma forte apreciação das moedas da região, e um intenso fluxo de capitais em busca de melhores rendimentos - que já provoca temores de uma nova bolha especulativa.

"Estão destruindo nossa capacidade exportadora - e, em certa medida, estão matando a galinha dos ovos de ouro", disse na segunda-feira em Paris o presidente colombiano, ao criticar a política monetária dos países desenvolvidos.

Outro tema chave é o futuro da Eurozona, em plena turbulência após os resgates financeiros de Grécia e Irlanda e a ameaça persistente de um contágio para Portugal e Espanha.

Após várias semanas sob grande pressão, os países ibéricos parecem ter conseguido algum oxigênio no mercado de obrigações do Estado, com lotes de bônus do Tesouro vendidos a taxas de juros menos exigentes.

Uma terceira questão é a instabilidade social provocada pelo aumento dos preços dos alimentos e a inflação em geral, como ficou demonstrado na recente revolta na Tunísia que terminou com a queda do regime de Zine El Abidine Ben Ali, que estava há 23 anos no poder.

A Suíça mobilizou 5.000 soldados para garantir a segurança em Davos, que deve receber até domingo 2.500 líderes mundiais, entre eles 35 chefes de Estado e Governo.



Fonte:G1

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