sexta-feira, 3 de junho de 2011

Xodó de René Simões, atacante Gabriel é neto de um campeão de 1959


Gabriel segura a taça erguida pelo avô em 59

Daniela Leone | Redação CORREIO
daniela.leone@redebahia.com.br

Nas veias do garoto sorridente corre sangue de campeão. Gabriel, 21 anos, herdou do avô o talento com a bola. Ele é neto de Flávio, volante titular do time do Bahia que conquistou a Taça Brasil de 1959.

“Quero ser campeão pra levantar uma igual a essa”, disse ao carregar o troféu que um dia passou pelas mãos do avô. Gabriel não conheceu Flávio e sequer tem foto. “Minha mãe não gosta de falar dele, porque ele não deu assistência a minha avó. Só fez o filho e sumiu. Ele gostava muito de farra e era cheio de filho”, explica.

Soube dos sucessos do avô campeão através de um tio. “Meu tio Neném sempre gostou de bola, me via jogando quando eu era moleque e queria me incentivar, queria que eu me inspirasse em meu avô, e aí dizia que ele tinha sido campeão brasileiro e que ele jogava muita bola”, contou o jovem nascido no Jardim Cruzeiro.

Flávio começou a carreira no Fluminense de Feira. Defendeu também Ypiranga, Botafogo-BA, Prudentina e Palmeiras. Pelo Bahia, passou duas vezes, em 1959 e 1965, quando pendurou as chuteiras. Ele morreu em Salvador, no dia 19 de dezembro de 1993. Deixou oito filhos e nove netos. Na época, Gabriel tinha 3 anos.

Desde criança, Gabriel joga como atacante. Escolheu uma posição diferente, mas tentou começar a carreira no mesmo clube que o avô. O problema é que foi reprovado no teste do Fluminense de Feira. Há dois anos, quando disputava um campeonato amador, foi visto pelo presidente Marcelo Guimarães Filho e levado para o Fazendão.

Chamou a atenção e se transformou no xodó de René Simões. O técnico não economiza elogios ao garoto, que vem sendo improvisado na lateral direita e tende a continuar, mesmo com Jancarlos recuperado de contusão. “Eu me dedico demais, sou um dos últimos a sair do treino. O que o treinador quer do jogador é dedicação”, diz.

Gabriel subiu para o profissional em janeiro. Depois de sete anos, comemora a volta do Bahia à Série A como torcedor e jogador. “Eu subi na hora certa, tive sorte”, diverte-se. Ele foi titular nos dois primeiros jogos, contra América-MG e Flamengo. Agora, sonha um dia repetir o feito do avô e erguer a taça de campeão brasileiro. “É um sonho ser campeão pelo Bahia, time que eu torço desde guri. É bom demais jogar com essa camisa, esse é o meu time”, discursa, tomado por romantismo típico de quando Flávio ainda desfilava pelos gramados.

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