segunda-feira, 13 de junho de 2011

Cinco anos depois, Dallas se vinga e, na casa do Heat, leva o título da NBA

Quase cinco anos atrás, em 20 de junho de 2006, Dirk Nowitzki entrou em quadra, fez 29 pontos, pegou 15 rebotes... e voltou para casa com a maior decepção da sua carreira. Naquele dia, dentro de casa, ele perdia o título da NBA para o Miami Heat. Meia década se passou, e na noite deste domingo o alemão teve a chance de saborear o prato frio da vingança. Pressionado, não acertou quase nada no primeiro tempo e foi para o vestiário sob desconfiança. Mas voltou liderando seus companheiros, certo de que não podia jogar outra chance pela janela. No ginásio do Heat, o Dallas Mavericks buscou sua revanche. Venceu por 105 a 95, fechou a série final em 4 a 2 e, pela primeira vez na história da franquia, conquistou o título da NBA.

Com apenas três pontos no primeiro tempo, Nowitzki adicionou outros 18 no segundo, incluindo cestas importantes na reta final. Ainda pegou 11 rebotes na noite em que realizou o sonho da vida. Eleito o melhor jogador das finais, deixou a quadra surpreendentemente quieto assim que a última sirene tocou, sem esboçar sequer um sorriso. Depois voltou para levantar a taça e receber o troféu de MVP.

- Ainda não consigo acreditar. Trabalhamos tanto, durante tanto tempo, que é difícil acreditar - afirmou o ala-pivô no centro da quadra.

O cestinha dos Mavs na partida foi o reserva Jason Terry, com 27. O outro Jason do time, Kidd, enfim conquista um título após 17 anos de carreira, com dois vices à frente do New Jersey Nets. No jogo 6, ele colaborou com nove pontos e oito assistências. O portorriquenho Jose Juan Barea adicionou 15 pontos e cinco passes, enquanto Shawn Marion fez 12 pontos e Tyson Chandler apanhou oito rebotes.

Pelo lado do Miami, foi uma derrota dolorosa para LeBron James. Criticado por sumir no quarto período das partidas decisivas, o ala mais uma vez foi mal na reta final. Terminou o jogo com 21 pontos, cometeu seis desperdícios e não chamou a responsabilidade na parte final. Chris Bosh fez 19 pontos, Mario Chalmers registrou 18, e Dwyane Wade também teve noite abaixo do esperado com 17.

No início, parecia que LeBron estava disposto a chutar para longe o rótulo de pipoqueiro. Entrou em quadra com a faca entre os dentes no domingo e, na primeira tentativa, converteu uma bola de três. Acertou também os três arremessos seguintes e obrigou o técnico do Heat a pedir tempo. O ginásio fervia. Dali em diante, o quarto inicial entrou na montanha-russa. O Dallas passou à frente; o Miami emplacou uma sequência de 13 a 1; Nowitzki fez sua segunda falta e foi para o banco; mas os Mavs responderam com sua própria sequência de 21 a 4. Ao fim dos primeiros 12 minutos, 32 a 27 para os visitantes.

Veio o segundo quarto, e DeShawn Stevenson calibrou a pontaria. O reserva do Dallas acertou duas seguidas de três para abrir 12 de vantagem. Aí a montanha-russa entrou em quadra novamente, com o Miami fazendo 14 pontos seguidos para virar o placar. Foi quando o técnico Rick Carlisle pediu tempo. Quando voltava para o banco, Stevensou deu uma trombada em Udonis Haslem. Mario Chalmers, armador do Heat, foi tomar as dores do companheiro, trocou empurrões com Stevensou, e o tempo fechou. Àquela altura, com o título em jogo, os nervos pareciam descontrolados.

Nowitzki não acertava nada e terminou o primeiro tempo com 1/12 nos arremessos. Se o Dallas liderava, era pelas mãos de Terry, autor de 19 pontos na metade inicial. LeBron tinha 11, Wade tinha nove, mas não era o bastante para evitar a vantagem apertada do time de azul: 53 a 51.

Veio o segundo tempo, e o alemão acordou. Acertou dois chutes seguidos e, com dois minutos no terceiro período, já tinha feito mais do que em todo o primeiro tempo. O placar ficou equilibrado durante todo o quarto, com as duas equipes cometendo erros bobos e, ao mesmo tempo, acertando bolas difíceis. No estouro do cronômetro, um personagem improvável: Ian Mahinmi, que só ganhou minutos de quadra por causa da lesão de Brendan Haywood, acertou a mão no estouro do cronômetro, e o Dallas foi para o último quarto vencendo por 81 a 72.

A vitória era a única saída para o Miami, e a pressão mexia com a cabeça dos jogadores. LeBron arremessou e a bola nem tocou no aro. Wade quicou a bola no próprio pé. A defesa abriu a porteira para a infiltração de Barea. Os rebotes ofensivos eram dos Mavs. LeBron se recusava a decidir no ataque. E assim o Dallas administrava a vantagem na casa dos dez pontos.

No último minuto, os torcedores já iam embora do ginásio. Nowitzki fez uma bandeja a 30 segundos do fim e aí a ficha parece ter caído. O alemão ergueu o punho, levou as mãos à cabeça. Faltava pouco para o sonho do título. E o tempo passou rápido. Com a sirene final, o ginásio se calou. Nowitzki sequer festejou na quadra. Enquanto seus companheiros se abraçavam na quadra, ele andou direto para o vestiário, cara fechada. E foi comemorar longe das câmeras, do seu jeito.


Fonte:Globoesporte.com

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