Os grandes centros urbanos são muito associados à falta de planejamento e de espaço, ao consumo frenético de energia e, claro, à poluição. Não é à toa. Calcula-se que as cidades são responsáveis por nada menos que 75% do consumo mundial de energia e por 80% das emissões de gases do efeito estufa no planeta. Mas é justamente onde está o problema que surgem as melhores soluções.
Pensando nisso, os 57 prefeitos integrantes do C40 - uma espécie de clube internacional de metrópoles - se reuniram na semana passada em São Paulo para compartilhar iniciativas das grandes cidades de adaptação às mudanças climáticas. Foi a primeira cúpula do C40 em uma cidade latino-americana.
Aproveitando o encontro, o CORREIO mostra dez tendências e soluções “verdes” que foram criadas no ambiente cinzento das grandes cidades. O planeta agradece!
CIDADES COMPACTAS As cidades compactas são bairros autossuficientes dentro das grandes cidades, acessíveis a diferentes classes sociais. Com serviços, mercado e transporte próprios, reduz a necessidade de deslocamento. Um exemplo é a cidade de Portland (EUA).
RODÍZIO VOLUNTÁRIO Outra solução é o rodízio de veículos: os carros têm dias específicos para transitar nas ruas. Em Seul, na Coreia do Sul, funciona bem um rodízio voluntário. A prefeitura dá incentivos fiscais e oferece vagas grátis de estacionamento para quem aderir.
ENERGIA RENOVÁVEL O estimulo à produção e ao consumo de energia renovável é outra solução. A população de Los Angeles (EUA) escolhe o tipo de energia que usa em casa. Em Tóquio, o governo obriga empresas a mostrar “credenciais verdes” aos clientes.
INSPEÇÃO VEICULAR A revisão de automóveis particulares pelo poder público para verificar o índice de emissão de gases, exigindo manutenção dos veículos é outra maneira de controle da emissão de gases. A inspeção é obrigatória em São Paulo desde 2009.
CARROS ELÉTRICOS O estímulo à produção e uso de carros elétricos é uma forma de diminuir a emissão de gases poluentes. Amsterdã (Holanda) estimula moradores a usá-los, disponibilizando pontos gratuitos de recarga da bateria nas ruas.
MATERIAIS SUSTENTÁVEIS Outra tendência é o uso de materiais sustentáveis na cidade. Em Chicago (EUA), a substituição de luzes de semáforos por LEDs - material mais ecológico - gerou economia de US$ 2,5 milhões anuais na conta de energia.
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA O uso de dispositivos que economizam energia nas máquinas de bebidas geladas em Houston (EUA) reduziu em 265 quilowatts por ano o uso de energia. Hoje, Houston é considerada a capital da eficiência energética.
TRANSPORTE Exemplos de metrópoles que investiram no transporte público e conseguiram tirar pessoas dos seus veículos são Curitiba, Bogotá (Colômbia) e Jacarta (Indonésia). São Francisco (EUA) estimulou o uso de combustíveis ecológicos em sua frota.
Bahia prepara plano de ação
As mudanças climáticas já entraram na agenda baiana, mas ainda não há iniciativas efetivas sobre o tema. Criado em 2005, o Fórum Baiano de Mudanças Climáticas já criou uma pós-graduação sobre o tema na Unifacs e fez um levantamento de emissões, mas nenhuma medida foi aplicada na cidade.
Um passo recente foi a aprovação, em janeiro, da lei estadual 12.050, que dá base para a criação de um plano de ações. “Isso põe a Bahia em estágio avançado, pois poucos estados têm legislação sobre isso”, considerou a assessora especial da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), Adriana Diniz.
RIO+20
Por sua vez, o Rio de Janeiro tem mais força na agenda ambiental. Em 2012, a cidade vai sediar uma conferência de peso sobre o tema: a Rio+20, da Organização das Nações Unidas (ONU). Em São Paulo, os prefeitos do C40 se comprometeram a participar.
Fonte:Correio da Bahia
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